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Cracóvia, sua linda!

12 de dezembro de 2017

Depois de dias intensos em Varsóvia, fui, de trem, para a próxima parada da viagem, Cracóvia. Amo viajar de trem, a propósito: é simples, confortável, eficiente e, de quebra, dá para curtir as paisagens do caminho. O que eu vi do interior da Polônia – pequenas vilas, pessoas trabalhando nas plantações, muito verde – me fez lembrar muito da colônia de poloneses onde nasci e fui criada, lá em São José dos Pinhais.

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Cheguei na estação de Cracóvia com chuva, mas quando cheguei ao hotel o sol já tinha aparecido. Larguei minhas coisas e fui logo em busca da Stare Miasto (Cidade Antiga) de lá. Foi chegar e me apaixonar – que lugar mais lindo e cheio de vida! Em Varsóvia, tirei poucas fotos. Ali, a louca das fotos (e selfies) voltou com força total para registrar os vários tons de lindeza que eu estava vendo.

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Cracóvia é considerada a capital cultural da Polônia. Embora tenha sido poupada pelos bombardeios, a cidade também sofreu os horrores da Segunda Guerra, sobretudo a comunidade judaica, que representava quase um quarto da população. Muitos foram enviados para campos de concentração, e outros tantos foram confinados pelos nazistas em um gueto na cidade. Ali fica, ainda, a fábrica onde Oskar Schindler salvou a vida de muitos judeus, conforme contato no belo (e triste, muito triste) filme A Lista de Schindler. Depois do impacto de Auschwitz, resolvi não visitar a fábrica, hoje um museu.

No centro da Cidade Antiga está a (linda, muito linda, lindíssima!!!) Principal Praça do Mercado (Rynek Główny). Dali, saem as principais ruas e se pode acessar o (lindo, deuso, deslumbrante) Castelo Wawel, o Barbacã e o Portal de Floriano (tenho um tio com esse nome, alô alô raízes!), entre outras atrações da cidade.

No dia em que cheguei, uma grande estrutura estava sendo montada na praça, para um show ou algo do gênero. Tentei descobrir o que era, mas não tive muito sucesso. Algumas pessoas para quem perguntei falavam pouco inglês, e eu falo nada de polonês (#fail). Já a garçonete do restaurante onde almocei (tomando uma bela pivo local) não sabia e não queria saber. Segundo ela, aquilo era “apenas mais um dia normal em Cracóvia”. No outro dia, quando encontrei um grupo de capoeiristas em plena praça, cantando e jogando como se em Salvador estivessem, nem estranhei muito. Varsóvia é uma festa!

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Durante os dias que fiquei lá, curti bastante a praça e conheci todo o complexo do Castelo. Também fui visitar Auschwitz, que fica próximo dali, mas isso é assunto para outro post.

Os restaurantes da praça são perfeitos para apreciar o vai e vem das pessoas. Sempre tem artistas de rua por lá, e também uma galeria perfeita para comprar artesanato polaco – a louca das lembrancinhas baixou forte lá, e a mala ficou um tantinho mais pesada.

Falando das comilanças que são tão minhas, provei boas carnes (acompanhadas da dupla dinâmica batata e repolho), pierogi e sanduíche (gigante) de kiełbasa (salame) e broa caseira, e até pizza para variar um pouco. Contrariando todas as probabilidades, encontrei vinho polonês, sim senhor. Era gostoso, mas meus conterrâneos mandam bem mesmo é na vodka e cerveja – essa última uma pedida perfeita com o calorão que fez por lá.

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Reservei uma manhã inteira para visitar o complexo do Castelo Wawel, localizado em uma colina de mesmo nome. Os ingressos para as várias atrações são vendidos separadamente, mas, dependendo do que você quiser ver, os horários têm de “combinar”, porque a visita aos Aposentos Reais só é feita com guia (inglês e polonês são os idiomas disponíveis). Já que estava lá, acabei vendo tudo: a magnifica catedral onde estão enterrados reis polacos, os Apartamentos Reais e os Salões de Estado. Também visitei a sala na qual está exposta a obra Dama com Arminho, de Leonardo Da Vinci.

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Uma atração “um tanto peculiar” do castelo é Gruta do Dragão. Varsóvia tem sua sereia, e Cracóvia tem seu dragão. Cada cidade com sua lenda, né mesmo? O dragão de Wawel vivia em uma gruta às margens do rio Vístula e estava aterrorizando os moradores do reino do Príncipe Krak (daí vem o nome da cidade). Por aterrorizando, entenda-se devorando animais e moradores. Depois de muitos cavaleiros perderem suas vidas tentando matar o monstro, um pobre sapateiro teve a ideia de “rechear” um carneiro com enxofre e alcatrão. O dragão comeu a guloseima e, ardendo de sede, tomou tanta água que acabou explodindo. A estátua do Wawel, cuspindo fogo e tudo (what else?), faz a alegria das crianças e adultos ao fim do passeio.

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Os złotys (moeda polonesa) investidos no passeio valeram muito a pena. Tudo lindo, e repleto de história. Almocei por lá, em um café com vista para o Castelo, me sentindo a própria princesa polonesa. Dziękuję, Polônia! Que sorte a minha ter seu sangue correndo nas minhas veias.

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Em Cracóvia, consegui montar o quebra-cabeça da alma polaca. Esse povo é trabalhador e guerreiro como Varsóvia, mas também é alegre e festeiro como Cracóvia. Sabe aquela história de festa de polaco que dura três dias? Aposto que surgiu aqui. 😉

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