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Sampa

28 de novembro de 2017

Mudar para São Paulo nunca esteve nos meus planos, mas acabou acontecendo por conta do trabalho. Desde que vim para cá, já perdi as contas de quantas vezes me perguntaram se eu tinha me adaptado por aqui. A resposta foi sim, desde o começo, e isso surpreendeu muita gente. Afinal, aqui é tão diferente da minha amada São José dos Pinhais, com suas araucárias e toda aquela tranquilidade, né?

Então, é diferente mesmo. Tipo, muito! Mas, para mim, isso nunca foi um problema. Sempre fui uma pessoa do tipo “e”, não do tipo “ou”. Gosto de doce e salgado. De árvores e de prédios. De rock e de música sertaneja. De futebol e de livros. De drama e de comédia. De vinho branco e de vinho tinto. Nunca vi motivo para me limitar entre este ou aquele estilo, esta ou aquela turma, este ou aquele sabor. Então, o contraste de Sampa com minha São José (que continua lá, Congonhas te amo!) é muito bem-vindo. Sou feliz aqui e lá.

E como tem coisa para fazer aqui, mano do céu! A cidade não para, tem atrações para todos as tribos e bolsos. Gosta de arte? Opa, todas estão por aqui! Esporte é a sua praia? Tranquilo, só escolher e torcer. Business? No problem, vem que tem. Quer meditar? Inspira e expira. Ah, está querendo se atualizar, estudar? Eita, difícil vai ser escolher por onde começar. Quer comer bem? Seja você low ou heavy carb (eu na vida!), se deu muito bem!

Como sou a louca da lista, resolvi fazer uma com as coisas que mais me fizeram feliz desde que cheguei aqui, nesta Sampa que já tem lugar na cobertura do meu coração, do ladinho da cidade onde nasci. 😊

Saborear a cidade

Bem, não seria eu se não começasse falando de comida, né? O que não falta por aqui são bons lugares para comer bem, oh glória! Comida brasileira, e do mundo todo. Comida de rua, comida de chef famoso. Comida de boteco, comida de restaurante chique. Até tentei fazer uma lista dos lugares que queria conhecer, mas depois resolvi deixar a vida me levar e ir experimentando os sabores da cidade sem grandes planos.

A Vila Madalena é meu bairro preferido para as aventuras gastronômicas, por ser uma bela representação da diversidade culinária da cidade. Lá, é possível curtir uma feijoada em um restaurante simples, com mesa no quintal, comer petiscos com cerveja bem gelada nos botecos sempre cheios e, até, encontrar um jardim secreto no qual os donos (franceses) servem vinhos naturais em mesas compartilhadas debaixo das árvores. Ou seja, um lugar perfeito para uma pessoa do tipo “e”, como eu.

Ah, preciso abrir um parênteses para um dos meus crushes paulistas: as padocas, com seu pão na chapa e frango assado de fim de semana”. #muitoamor

Arte, a gente vê por aqui

Para começar, os museus. Eu gosto bem de um museu, e aqui tem vários. Destes , conheci apenas dois por enquanto. No Masp, um belo acervo permanente – com obras de Monet, Van Gogh, Picasso, Renoir e outros grandes artistas –, além de mostras temporárias. De quebra, fica na Paulista, e só isso já vale o passeio, ainda mais no fim de semana, quando as ruas são fechadas para os carros e abertas para as pessoas.

Na Pinacoteca, o prédio em si é uma obra de arte. Além disso, fica do lado do Jardim da Luz, fazendo do lugar um oásis na loucura da cidade. Quando estive lá, vi a exposição de Tolouse-Lautrec e, depois, almocei no café anexo ao museu, em uma das mesas com vista para o jardim. O dia estava ensolarado, foi um daqueles momentos perfeitamente felizes.

O capítulo música também trouxe experiências deliciosas. Fui aos shows do Bon Jovi e do U2 (suspiros, muitos suspiros). Jantei ao som de jazz na Vila Madalena. Almocei ao som de música francesa no Itaim. Assisti a um concerto do maestro João Carlos Martins, em pleno Beco do Batman, na Vila Madalena.

Fui a lançamentos de livros de amigos (que orgulho!), assisti um show de stand up comedy  e uma apresentação da ópera Carmina Burama. Nutri a alma de várias maneiras, e tenho fome de muito mais. #tudojuntoemisturado #gostoassim

Os prédios refletindo Sampa

Já fiz muito overposting com as fotos dos arranha-céus daqui. Meu, que cidade fotogênica! Ver os prédios daqui aquece o meu coração do mesmo jeito que ver os pinheiros lá de casa. É a marca registrada da cidade. Gosto especialmente dos dias de sol, quando as fachadas dos prédios refletem as nuvens e a cidade em seu fluxo incessante de carros (o trânsito é uma “treta” daquelas, odeio bem odiado, antes que me perguntem. Nada é perfeito, né?).

A Paulista é meu lugar favorito para namorar os prédios. No domingo, caminhar por lá é uma delícia. Os carros saem e dão lugar para as pessoas. Famílias e seus pets se misturam aos artistas que transformam a rua em um grande palco. O passeio rende bons momentos e belas fotos. #paraísodasselfies #quemnunca

A lista ficou longa, mas ainda falta coisa! Fui no estádio assistir ao jogo do Palmeiras, e arrepiei com o canto da torcida. Fui almoçar no Bexiga e me encantei com a igreja da Achiropita. Fui na feirinha da Benedito Calixto e me apaixonei pela feirinha. Descobri o metrô daqui e vi as distâncias diminuírem (sim, é bem cheio, mas os de Milão e Londres também são, né amores?).  Fui caminhar no parque (tá, fui encontrar uma amiga e sua linda filhinha, mas tá valendo. Não, não fui no Ibirapuera ainda…#mejulguem #umdiaeuvou #paz). Descobri uma igreja simples e linda perto de casa, onde peço que São Francisco cuide de mim e dos meus amados. E por aí vai, lista infinita, sobre uma cidade que não cabe em si.

Ah, sim! Está faltando algo muito importante. O tempero dessa mistura toda, o que faz dessa cidade um lugar que posso (também) chamar de lar: as pessoas! Já tinha amigos queridos aqui, que me ajudaram a me instalar e me fizeram sentir que tinha com quem contar. Depois, fui conhecendo tanta gente tão bacana, que me acolheu com seu coração generoso e esse sotaque que eu gosto tanto. Hoje, o número de amigos queridos (os daqui, os de lá, os de sempre) se multiplicou, que sorte a minha.

E foi assim, aos poucos, mas rapidamente, que eu me apaixonei por essa cidade. Uma história de amor que está só começando. 😉

 

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